¿Existe la filosofía de la técnica? Sobre ciencia, técnica, utopía y distopía
Ver ítem

No hay ficheros asociados a este ítem.

                       
Ver texto completo
                       
Compartir
Exportar citas
Exportar a Mendeley
Estadísticas
En
Humanidades: revista de la Universidad de Montevideo; Núm. 10 (2021): Cultura, Tecnología y Naturaleza Humana; 255-273
Editor
Universidad de Montevideo. Facultad de Humanidades y Educación
Notas
Humans need to create their own environment to survive and to live a fulfilling existence. In this task technique first and technology hand in hand with science later, have allowed him to put nature at their service, in a career of progress that promises utopia. However, nothing in the human realm is so simple or so linear, and the same technology that has allowed undeniable achievements also carries its costs and losses, and can pose a threat. Environmental problems and the possibility of transforming our own nature into another (as proposed by transhumanist narratives) are two obvious examples. There is therefore an urgent need for a philosophy of technology, as a critically reflective movement capable of posing radical questions and making holistic considerations. In the world we live it is necessary therefore to combine the reasonable specialization of scientists with their incompetence to set ultimate goals to their own activity. The consequences of scientific developments are too important to be in the hands of a new «enlightened despotism», because they affect the entire society. It is also essential to re-propose a truly human notion of the common good, in the face of the powerful reductionist tendency that confuses it with the mere well-being available through economic progress. Finally, it is convenient to bring to light some true losses induced by an omnipresent technology, which could be described in general terms as the eclipse of the real by the virtual, and the correlated growing inability for the «self-absorption» (ensimismamiento) of persons completely turned to the immediacy and exteriority of technological connectivity.

El hombre necesita crearse su propio medioambiente para sobrevivir y llevar adelante una existencia plenificante. En esa tarea, la técnica primero y, de mano de la ciencia, la tecnología después, le han permitido colocar a la naturaleza a su propio servicio, en una carrera de progreso que prometía la utopía. Sin embargo, nada en el ámbito humano es tan sencillo ni tan lineal, y la misma tecnología que ha permitido conquistas innegables también trae aparejados sus costos, sus pérdidas y puede significar una amenaza. Los problemas medioambientales y la posibilidad de transformar en otra a nuestra propia naturaleza (como proponen las narrativas transhumanistas) son dos ejemplos suficientemente claros. Urge, por lo tanto, una filosofía de la tecnología, como un movimiento críticamente reflexivo capaz de plantear preguntas radicales y hacer ponderaciones holísticas. Así, en el mundo en el que vivimos se hace necesario conjugar la razonable especialización de los científicos con su incompetencia para fijar los fines últimos de su propia actividad. Las consecuencias de este tipo de desarrollos son demasiado importantes y afectan a la sociedad entera, como para estar en manos de un nuevo «despotismo ilustrado». También es imprescindible re-proponer una noción verdaderamente humana de Bien Común, frente a la poderosa tendencia reduccionista que lo confunde con el mero bienestar asequible mediante el progreso económico. Por último, conviene sacar a la luz algunas verdaderas pérdidas inducidas por la omnipresencia tecnológica que, en líneas generales, se podrían calificar como un eclipse de lo real frente a lo virtual y la correlativa creciente inhabilidad para el «ensimismamiento» de un hombre volcado a la inmediatez y la exterioridad de la conectividad tecnológica.

O homem precisa criar seu próprio ambiente para sobreviver e levar uma existência plena. Nesta tarefa, a técnica primeiro e, de mãos dadas com a ciência, a tecnologia depois, permitiram-lhe colocar a natureza ao seu serviço, numa carreira de progresso que prometia utopia. No entanto, nada no reino humano é tão simples ou tão linear, e a mesma tecnologia que permitiu conquistas inegáveis também carrega seus custos, suas perdas e pode representar uma ameaça. Os problemas ambientais e a possibilidade de transformar nossa própria natureza em outra (como proposto pelas narrativas transhumanistas) são dois exemplos bastante claros. Há, portanto, uma necessidade urgente de uma filosofia da tecnologia, como um movimento criticamente reflexivo capaz de colocar questões radicais e fazer considerações holísticas. Assim, no mundo em que vivemos, é necessário combinar a razoável especialização dos cientistas com sua incompetência para definir os objetivos finais de sua própria atividade. As consequências desse tipo de desenvolvimento são muito importantes e afetam toda a sociedade para estarem nas mãos de um novo «despotismo esclarecido». É preciso também voltar a propor uma noção verdadeiramente humana do Bem Comum, diante da poderosa tendência reducionista que o confunde com o mero bem-estar proporcionado pelo progresso econômico. Finalmente, é conveniente trazer à luz algumas perdas verdadeiras induzidas pela onipresença tecnológica que, em termos gerais, poderiam ser descritos como um eclipse do real versus o virtual e a crescente incapacidade correlativa para a «auto-absorção» de um homem tornado ao imediatismo e exterioridade da conectividade tecnológica.